Direito de Família na Mídia
Projeto Mãe Legal evita abandono de recém-nascidos em Pernambuco
26/08/2011 Fonte: CNJA iniciativa destina-se justamente ao atendimento de mulheres que, por alguma razão, optam por não ficar com seus filhos. Ao mesmo tempo, o projeto visa a promover, de forma adequada e nos moldes da lei, a reinserção da criança na mesma família ou - em último caso - em família substituta, dando assim, um novo recorte ao trabalho que é estimulado pelo Conselho Nacional de Justiça ao programa de adoção - já que, de certa forma, o objetivo é fazer com que cada criança encontre segurança e apoio psicológico em um lar.
Estado de perturbação
"Passei por momentos turbulentos, me senti muito confusa e decidi não ficar com ele", explica Maria sobre a razão que a fez optar por entregar o filho para a adoção. Ela estava desempregada e não se entendia com o pai da criança. "Eu não tinha dinheiro sequer para uma fralda. Isso me deixou perturbada", completa. Mesmo assim, ela conta que nunca pensou em abortar. Prosseguiu com o pré-natal e, no hospital onde recebia assistência médica, informou aos médicos sua decisão. Lá, recebeu um folder do Programa Mãe Legal.
A pernambucana procurou a 2ª Vara já no oitavo mês de gestação. E lá, para sua surpresa, além da orientação que é dada para as mães encaminharem os filhos de forma correta para os pretendentes registrados no Cadastro Nacional de Adoção (CNA), que é coordenado pelo CNJ, também recebeu atendimento social e psicológico que a fizeram refletir melhor e resolver pela opção que viesse a considerar a mais correta para o seu caso e sua realidade. "Fui muito bem atendida. Em nenhum momento me senti pressionada. Tanto que recebi a orientação de que, até a decisão do juiz, eu poderia voltar atrás quanto à adoção", enfatizou.
E Maria voltou atrás. "Estou com a criança, é um menino. Tem apenas um mês e só faz mamar. Chega a estar gordinho. É realmente a coisa mais linda", derrete-se. Para Nicolau Lupianhes, juiz auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça, órgão do CNJ, os projetos de assistência às gestantes são importantes, por isso contam com o apoio do Conselho. "Muitas mães abandonam seus filhos em razão de fragilidades psicológicas, perda material ou desamparo familiar. Nesse momento, pensam que o melhor é abandonar o filho. Trabalhos de assistência e apoio como este trazem as orientações necessárias para as mães que estão momentaneamente desesperadas", afirma.
Giselle Souza
Agência CNJ de Notícias